Os preços dos produtos que compõem a cesta básica mantiveram tendência de alta em março e subiram em 16 das 18 capitais pesquisadas pelo Dieese, com destaque para Vitória (6,01%), Manaus (4,55%) e Salvador (4,08%). As exceções foram Florianópolis (-2,25%) e Natal (-1,42%). No primeiro trimestre do ano, a cesta aumentou nos 18 municípios. Em dois casos, a elevação superou 20% (Salvador, com 23,75%) e Aracaju (20,52%).
O maior valor continuou sendo o de São Paulo, onde o preço subiu 2,96% no mês e 10,29% no ano: R$ 336,26. Com base nesse preço, o Dieese calculou em R$ 2.824,92 o salário minimo necessário para as necessidades básicas de uma famílias – 4,17 vezes o mínimo oficial (R$ 678). Essa proporção era de 4,05 vezes em fevereiro e 3,69 em março do ano passado. Para comprar os gêneros essenciais, um trabalhador que ganha salário mínimo precisaria cumprir jornada média de 96 horas e 47 minutos, superior tanto à de fevereiro (94 horas e 57 minutos) como à de março de 2012 (84 horas e 53 minutos).
Em 12 meses, até março, todas as capitais tiveram aumento de preços (Campo Grande ainda não está incluída nesse período), sempre acima de 10%. As maiores altas foram em cidades do Nordeste: Fortaleza (32,78%), Salvador (32,63%) e João Pessoa (28,01%). As menores variações foram registrada sem Belém (19,09%), Curitiba (19,78%) e Florianópolis (20,29%).
Desoneração
A maioria dos produtos desonerados registrou queda em março, segundo o Dieese, que acompanhou as variações de preços de carne, manteiga, café, açúcar e óleo. Em Belém e Porto Alegre, houve diminuição no valor dos cinco produtos. Na maior parte dos casos, caíram os preços de quatro produtos. O óleo caiu em 16 capitais e a carne, em 15, o açúcar, em 12 e o café, em 11. A manteiga teve redução em nove e alta em oito cidades.
“O comportamento do preços dos itens desonerados pode ter contribuído para reduzir o aumento do valor da cesta básica em 15 das 18 capitais pesquisadas pelo Dieese”, diz o instituto, que recomenda cautela. “É preciso continuar acompanhando a evolução nos próximos meses, para avaliar o efeito da desoneração.”
Na capital com maior elevação em março, Vitória, por exemplo, a alta sem as desonerações seria de 6,88% em vez de 6,01%.
Quanto aos demais produtos, a farinha aumentou em 17 das 18 capitais. As principais altas vêm do Nordeste e do Norte, onde é pesquisada a farinha de mandioca (19,11% em Aracaju, 18,98% em Manaus e 12,34% em Salvador). O preço do feijão subiu em 16 capitais (13,35% em Aracaju e 12,08% em Salvador), o leite in natura em 13 (7,69% em Aracaju e 3,24% em Belo Horizonte) e o pão francês, em 14 (3,47% em Curitiba e 3,14% em Brasília).