Com a divulgação do INPC de 2021, nesta terça-feira, 11, se confirmou que o salário mínimo brasileiro ficou novamente sem aumento real (acima da inflação). O valor de R$ 1.212 para este ano corresponde a um reajuste de 10,18%, praticamente o mesmo resultado do INPC anual (10,16%). O valor final do piso foi arredondado para cima.
Itens diretamente ligados ao orçamento familiar, como os de alimentos, tarifas e combustíveis, foram os que mais subiram. São exatamente os que têm maior impacto na população de menor renda.
O Dieese estimou que, em dezembro, o salário mínimo deveria ser de R$ 5.800,98 para custear as despesas básicas de uma família de quatro pessoas. O cálculo foi feito com base na cesta básica mais cara no mês passado, a de São Paulo, que chegou a R$ 690,51. O mínimo do Dieese corresponde a 5,27 vezes o piso oficial de 2021 (R$ 1.100). Um ano antes, essa proporção era de 5,08.
Peso no bolso
Quem vive do salário mínimo em Sorocaba mal consegue cobrir as despesas com a alimentação básica e com o gás de cozinha. Esses custos chegam a consumir mais de 90% do salário mínimo.
De acordo com levantamento da Universidade de Sorocaba (Uniso), a cesta básica sorocabana terminou em 2022 custando R$ 987,88. O valor é R$ 106,01 maior do que o registrado em 2020 e representa um aumento de 2,38% em relação a novembro de 2021.
Já para ter um gás de cozinha em casa, é preciso desembolsar até R$ 110, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Com isso, somente a alimentação básica e o gás de cozinha consomem 90,73% do salário mínimo.
“Quem paga a conta dessa política desastrosa operada por Bolsonaro é o trabalhador brasileiro. Para o pai e mãe de família, cada mais fica mais difícil colocar um prato de comida na mesa. Por isso, vemos aumentar o número de pessoas passando fome, nas ruas. Estamos vivenciando um dos piores momentos da história do país”, enfatiza Leandro Soares, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal).
Leandro lembra ainda que a destruição do Brasil é um projeto. “Os empresários, com total apoio do governo, potencializam uma crise que já é grave. Tudo isso com o objetivo de retirar direitos, de criar subempregos e colocar trabalhadores e trabalhadoras numa situação de dependência. Não podemos aceitar isso de braços cruzados, temos que lutar para acabar com essa política de morte, de fome. Nosso povo precisa ser feliz novamente”.