Quem vive do salário mínimo em Sorocaba mal consegue cobrir as despesas com a alimentação básica e com o gás de cozinha. Esses custos chegam a consumir mais de 90% do salário mínimo.
O valor salarial mínimo a ser pago para os trabalhadores passou a ser R$ 1.210, a partir de janeiro de 2022. O reajuste mal cobre as perdas inflacionárias do ano passado. É o terceiro ano consecutivo em que os trabalhadores e trabalhadoras não terão aumento real no salário mínimo.
No entanto, o reajuste pode ficar abaixo da inflação. Isso porque a equipe econômica do presidente Jair Bolsonaro considerou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de janeiro a novembro de 2021, de 10,02%. O INPC de dezembro ainda não foi divulgado e só será revelado a partir de 11 de janeiro.
Custo de vida alto
Por outro lado, o custo de vida continua alto. De acordo com levantamento da Universidade de Sorocaba (Uniso), a cesta básica sorocabana terminou em 2022 custando R$ 987,88. O valor é R$ 106,01 maior do que o registrado em 2020 e representa um aumento de 2,38% em relação a novembro de 2021.
Já para ter um gás de cozinha em casa, é preciso desembolsar até R$ 110, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Com isso, somente a alimentação básica e o gás de cozinha consomem 90,73% do salário mínimo.
Política desastrosa
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Leandro Soares, a situação é resultado da política desastrosa do governo Bolsonaro.
“Em três anos de (des)governo, Bolsonaro se provou incapaz de gerir o país. Não promoveu nenhuma medida que gerasse emprego, que trouxesse a valorização do salário. Muito pelo contrário, o tempo todo ele praticou uma política que agravou o desemprego, retirou direitos e jogou milhares de pessoas na miséria novamente. O que vemos com Bolsonaro é a destruição do Brasil”.