Notícia publicada na edição de 04/03/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 4 do caderno A
por José Antônio Rosa
joseantonio.rosa@jcruzeiro.com.br
Quase 1,5 mil assinaturas foram coletadas ontem no Parque São Bento pelo grupo que encampou a frente em prol da construção do Hospital Municipal de Sorocaba. Esse foi o primeiro dia da ação. Pela manhã, voluntários de entidades representativas de classe, como o Sindicato dos Metalúrgicos, percorreram ruas do bairro para buscar a adesão dos moradores. A proposta, explica um dos porta-vozes do coletivo, Tiago Almeida do Nascimento, é alcançar 25 mil assinaturas, total necessário para o encaminhamento, na Câmara, de um projeto de iniciativa popular. A Lei Orgânica exige a adesão de 5% do total de eleitores inscritos; o colégio de Sorocaba, de acordo com a Justiça Eleitoral, reúne 412 mil pessoas aptas a votar.
Se aprovada, a medida incluiria o empreendimento no orçamento de 2013. A construção do hospital foi apontada no texto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) em vigor, a partir de emenda do vereador Izídio de Brito (PT). Como o governo do Estado anunciou que deverá instalar um novo complexo para desafogar a demanda do Conjunto Hospitalar, cuja área de influência alcança quase 50 municípios da região, o Município entende que esta outra unidade não seria necessária.
“Essa é uma visão equivocada”, comenta Izídio. “Primeiro, porque esse equipamento continuará a ter abrangência regional. Depois, ainda não sabemos como se dará sua gestão. Existe a possibilidade de que uma Organização Social (OS) encampe essa tarefa, mas é preciso que a sociedade seja informada sobre o funcionamento desse mecanismo”, completa. O parlamentar acrescenta que a situação local da saúde pública “é bastante complicada”.
Atualmente, para dar conta da demanda, Sorocaba adota um convênio pelo qual repassa perto de R$ 1,5 milhão por mês à Santa Casa. O movimento que reivindica o novo hospital entende que a política do setor não tem produzido resultados.
A frente acredita que será possível protocolar o projeto ainda este ano. E aposta na pressão popular para que ele seja votado. “Vamos mobilizar a população e cobrar das autoridades um compromisso com a causa”, diz Tiago Almeida. O movimento que reivindica o hospital municipal tem o apoio de organizações como o Grupo Fé e Política, da Arquidiocese de Sorocaba, associações de classe e entidades sindicais.
O custo do projeto, conforme Izídio, será definido a partir de estudos de experiências praticadas por cidades como Maringá, Uberlândia, São Bernardo do Campo, Ribeirão Preto, Santos e Campinas. Uma comissão de vereadores deve visitar, nas próximas semanas, Uberlândia para conhecer o funcionamento do sistema. “Lá, houve um ajuste entre os governos do município, do Estado e da União que resultou numa gestão compartilhada. Essa pode ser uma alternativa para o nosso problema”, opina Izídio.
Do ponto de vista econômico, a frente pró-hospital também acredita que a cidade não teria problemas para arcar com parte da construção. Relatório da Secretaria de Finanças, protocolado na Câmara, revela que, no último quadrimestre de 2011, a arrecadação do Município registrou um crescimento de quase 23%. Considerado o valor do orçamento deste ano, esse índice projetaria um reforço de caixa da ordem de mais de R$ 200 milhões.
A frente volta a visitar o Parque São Bento na semana que vem. Paralelamente a esse trabalho, existe um posto fixo para coleta de assinaturas que funciona na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba. Para aderir é preciso apresentar o título de eleitor. O sindicato fica na rua Júlio Hanser, 140, e atende das 8h às 17h. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (15) 3345-5400.
http://www.cruzeirodosul.inf.br