A Unidade Básica de Saúde (UBS) do Éden é uma das que dedicarão atendimento exclusivo para Covid-19
Com os hospitais lotados, a Prefeitura decidiu transformar seis UBSs em unidades de atendimento exclusivo à pacientes com suspeita de Covid-19. O novo sistema passa a funcionar na próxima segunda-feira (29) nas UBS do Éden, Parque São Bento, Vila Hortência, Jardim Simus, Vila Fiori e Vitória Régia, que atenderão das 7h às 17h.
Quem precisar de outro tipo de atendimento, como consultas médicas, prescrição de receitas de medicamentos de uso contínuo, distribuição de remédios e vacinação, terá que se dirigir a uma das outras 25 UBSs (Angélica; Aparecidinha; Barão; Barcelona; Brigadeiro Tobias; Cajuru; Carandá; Cerrado; Escola; Habiteto; Haro; Laranjeiras; Márcia Mendes; Maria do Carmo; Maria Eugênia; Mineirão; Nova Esperança; Nova Sorocaba; Paineiras; Lopes de Oliveira; Sabiá; Santana; Sorocaba I; Ulisses e Wanel Ville).
Para o diretor do SMetal Tiago Almeida do Nascimento, a mudança no sistema de atendimento das UBSs mostra que a Prefeitura não se preparou para cuidar da saúde das pessoas durante a pandemia. “Nosso sistema de saúde está em colapso, a fila de espera por um vaga nos hospitais de Sorocaba tem mais de 120 pessoas e o oxigênio e os medicamentos necessários para fazer a intubação só devem durar mais quatro ou cinco dias. As pessoas estão morrendo sem atendimento médico em Sorocaba”, denuncia.
Tiago destaca que, não bastasse a falta de vagas para pacientes de Covid-19, agora os outros pacientes vão ficar prejudicados com o fim do atendimento rotineiro nas UBSs do Éden, Parque São Bento, Vila Hortência, Jardim Simus, Vila Fiori e Vitória Régia. “Os moradores dessas regiões terão que se deslocar para outra UBS, longe de casa, que, com certeza, estará sobrecarregada”, lamenta.
Além dessas seis UBSs, os atendimentos para Covid-19 continuam sendo realizados nas UPHs Norte, Leste e Oeste, na UPA Éden e nos PAs Laranjeiras, Carandá, Brigadeiro Tobias e Sorocaba I. Os horários e endereços das UBSs podem ser consultados pelo site da Prefeitura .
Tratamento precoce não existe
Em meio ao colapso do sistema de saúde, a Prefeitura de Sorocaba decidiu investir recursos públicos na compra de medicamentos que, comprovadamente, não servem para tratar de pacientes com coronavírus. Foram quase R$ 60 mil gastos em remédios que são refutados pela ciência e defendidos, exclusivamente, pelo presidente Bolsonaro e seus seguidores.
“Tratamento precoce não existe, o prefeito apenas adotou esses medicamentos para agradar os bolsonaristas que votaram nele. Este dinheiro poderia ser investido na compra de quase 3.500 doses de vacina ou na abertura de, pelo menos, três leitos de UTI. Poderia até mesmo investir na estrutura hospitalar existente, menos em remédios fajutos. O Ministério Público está investigando essa ação irresponsável do prefeito, que deverá sofrer as consequências jurídicas pelo ato”, destaca Tiago.
O dirigente ressalta que todas as medidas para conter a Covid, quando feitas com atraso, resulta em mais mortes. “Sorocaba é um exemplo disso, já perdemos cerca de mil cidadãos e cidadãs por causa da política equivocada que a Prefeitura vem adotando desde o início da pandemia, jogando contra o isolamento social e deixando de lado os investimentos na rede pública de saúde “, finaliza Tiago.
