A Satúrnia recebeu, no dia 5, uma advertência da Marinha Brasileira devido ao não-cumprimento de contrato para fabricação de bateria para submarino. A advertência foi resultado da visita de técnicos da Marinha à fábrica na última quarta-feira.
Na visita, os oficiais constataram, pela segunda vez em pouco mais de um mês, que a produção está parada por falta de matéria-prima. A Satúrnia acumula dívidas e atrasa os salários dos 170 funcionários, que estão em licença desde o início de agosto.
O contrato com a Marinha vale cerca de R$ 12 milhões e a bateria demora até seis meses para ser produzida.
Os representantes da Marinha alertaram à empresa que, mesmo que a bateria venha a ser fabricada, as dívidas trabalhistas podem inviabilizar a continuidade do contrato.
Retomada e solidariedade
No último final de semana, os funcionários receberam ao menos parte dos atrasados e há boatos, não confirmados pelo Sindicato, de retomada da produção. Mas, durante várias semanas, os funcionários da Satúrnia contaram com a solidariedade da categoria para sobreviver.
Desde agosto, os funcionários não recebiam pagamento regular da Satúrnia. Listas de colaboração foram divulgadas nas fábricas por diretores sindicais. Também foi aberta uma conta corrente para receber doações.
Nos acordos da campanha salarial, metalúrgicos de várias empresas aprovaram contribuições aos funcionários da Satúrnia. Foram os casos da Apex Tool, Edscha, Dana e Wobben, onde cada trabalhador contribuiu com R$ 10.
No dia 5, a Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM) doou 167 cestas básicas arrecadadas junto aos sindicatos filiados aos trabalhadores da Satúrnia.