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Campanha salarial

Metalúrgicos vão buscar acordos por fábrica

Sindicato vai priorizar negociação para obter 13% de reajuste salarial, mas não descarta paralisações ainda esta semana

Imprensa SMetal
Foguinho/Imprensa Smetal
Decisões foram tomadas durante assembleia hoje, domingo (18), na sede do Sindicato dos Metalúrgicos em Sorocaba

Decisões foram tomadas durante assembleia hoje, domingo (18), na sede do Sindicato dos Metalúrgicos em Sorocaba

Sem acordo coletivo estadual desde o dia 1º de setembro, os metalúrgicos da região de Sorocaba vão procurar as empresas locais para conquistar reajustes salariais por fábrica. Os metalúrgicos reivindicam 13% de reajuste, sendo 7,4% referentes à inflação dos últimos doze meses (INPC/IBGE) e mais 5,2% de aumento real.

Caso as empresas da região se recusem a negociar, o Sindicato dos Metalúrgicos pode liderar greves por fábrica ainda esta semana. As decisões foram tomadas durante assembleia de trabalhadores na sede sindical de Sorocaba na manhã deste domingo, dia 18.

Nas negociações estaduais, entre a Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM/CUT) e os sindicatos patronais, que começou dia 3 de agosto, os empresários metalúrgicos até agora ofereceram entre 8,2% e 9,55% de reajuste salarial, dependendo do setor de atividade da fábrica (veja relação no final da matéria).

“A partir de amanhã [segunda-feira] vamos marcar negociações com empresas da região que já se mostraram dispostas a propor acordo. Na quarta-feira à noite, a direção do Sindicato vai fazer um balanço das negociações desses três dias. Em seguida, é greve em cima das fábricas intransigentes”, explica Ademilson Terto da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região.

Mesmo antes de quinta, o Sindicato não descarta protestos em algumas empresas. “Vamos priorizar a negociação. Mas tem empresas se comportando de forma truculenta e irresponsável. Tem fábricas praticando pressões internas contra as reivindicações, chamando a Polícia Militar para coibir assembleias democráticas. Essas, podem parar a qualquer momento”, avisa Terto.

Mobilizações

Os protestos dos metalúrgicos de Sorocaba e região por acordo coletivo iniciaram já na semana passada. Na terça-feira, dia 13, um ato público da categoria na avenida Independência, zona industrial de Sorocaba, reuniu 8 mil trabalhadores.

Nos dias seguintes, houve paralisações de até três horas na produção das empresas Metalac, Edscha e Dana, em Sorocaba; e na Iperfor, em Iperó. Nas semanas anteriores, o sindicato havia realizado assembleias de mobilização (sem interrupção do trabalho) em dezenas de fábricas para pedir que a categoria se organizasse para lutar na campanha salarial.

44 mil na região

A categoria metalúrgica da região é formada por 44 mil trabalhadores, sendo que 36,5 mil trabalham em Sorocaba. A pauta anual de reivindicações foi protocolada dia 21 de julho na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

“Não é só o reajuste de salários e valor dos pisos salariais que está em jogo, é toda a Convenção Coletiva de Trabalho dos Metalúrgicos, que contém cerca de cem cláusulas para regulamentar direitos, como adicional noturno, insalubridade, periculosidade, auxílio-creche, período de amamentação para as mães, estabilidade as vésperas de aposentadoria, acidentes e doenças ocupacionais”, explica João de Moraes Farani, diretor executivo do sindicato em Sorocaba e da FEM/CUT.

“Por culpa dos patrões, desde dia 1º de setembro [data-base dos metalúrgicos da FEM/CUT] estamos sem essas garantias previstas em lei. Mas não vamos aceitar abusos das empresas. Estamos unidos contra qualquer arbitrariedade ou oportunismo patronal contra os metalúrgicos”, completa Terto.

Propostas patronais de reajuste salarial até o momento
Todas rejeitadas pela FEM/CUT

Grupo 2 – 8,5%
Grupo 3 – 8,9%
Grupo 8 – 9,55%
Grupo 10 – 8,2%
Fundição – 9%

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2011 assembleia Campanha Salarial
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