Em assembleia na sede do Sindicato, em Sorocaba, na manhã deste domingo, (dia 4), centenas de metalúrgicos decidiram decretar “estado de greve” a partir de segunda-feira, dia 5. O objetivo é pressionar as empresas a contatarem a Fiesp (Federação das Indústrias) para que a entidade patronal apresente propostas de reajuste salarial para a categoria.
A data-base dos metalúrgicos filiados à FEM/CUT (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT), o que inclui a região de Sorocaba, venceu no último dia 1º. Mas até agora não há perspectiva de acordo coletivo.
Com o “estado de greve”decretado, o Sindicato pretende realizar assembléias e protestos com prazo determinado nas fábricas durante a semana.
Paralisações
“Caso as negociações não avancem após os protestos, a categoria metalúrgica vai entrar em greve por prazo indeterminado a partir do dia 12”, afirma Ademilson Terto da Silva, presidente do Sindicato.
As paralisações podem acontecer por fábrica, por grupos de empresas ou mesmo todo o setor, explica Terto.
Reajuste salarial
Na assembleia deste domingo, os metalúrgicos reforçaram a reivindicação por aumento real de salários. “Não pretendemos trocar a valorização salarial por abonos. Queremos reposição da inflação [7,5%] e mais aumento real incorporados aos salários”, afirmou João de Moraes Farani, vice-presidente do Sindicato e secretário-geral da FEM.
“Não vamos entrar na lógica da remuneração variável, como o abono. Vamos insistir em converter qualquer proposta patronal de abono em aumento real de salários”, defendeu Izídio de Brito, dirigente sindical metalúrgico e vereador pelo PT em Sorocaba.
Recentemente, as montadoras de veículos firmaram acordo de 10% de reajuste e abono de R$ 2.500. Mas os metalúrgicos da região preferem que o abono seja convertido em mais aumento real nos salários.
“Nada, nunca veio de graça para nós. Temos que lutar e, com todo respeito às outras categorias profissionais, os metalúrgicos sempre foram a vanguarda do movimento sindical. Esta categoria é de vanguarda”, disse Izídio aos cerca de 300 participantes da assembleia.
Outras reivindicações
Além do reajuste salarial, a data-base também determina as cláusulas sociais da Convenção Coletiva, como estabilidade ao trabalhador em vias de aposentadoria, auxílio creche, valor de adicional noturno, estabilidade a quem sofre acidente ou doença ocupacional, entre outras.
Ademilson Terto colocou em votação as propostas aprovadas: estado de greve esta semana e paralisação a partir do dia 12
João Farani: “Queremos reposição da inflação e mais aumento real incorporados aos salários”
Izídio de Brito sobre conquistas dos metalúrgicos: “Nada nunca veio de graça. Esta categoria é de vanguarda. Sabe o que tem que fazer”