Até a tarde desta sexta-feira, dia 2, os grupos patronais metalúrgicos ainda não haviam apresentado propostas de acordo salarial para a categoria. A data-base dos metalúrgicos venceu (ontem), dia 1º, e a Convenção Coletiva de Trabalho ainda está emperrada.
Os sindicatos filiados à Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM), inclusive os metalúrgicos da região de Sorocaba, estão pressionando os patrões para que apresentem propostas neste final de semana.
Eventuais propostas que surgirem neste sábado deverão ser votadas em assembléia na manhã deste domingo, dia 4 de setembro, às 9h, na sede do Sindicato em Sorocaba. Caso não haja propostas, a categoria poderá decidir pela greve.
Os metalúrgicos locais preferem aumento real de salários do que abonos. A inflação desde a última data-base, setembro de 2010, está acumulada em 7,4%, segundo o INPC/IBGE. A categorias quer reposição integral da inflação e mais aumento real de salários (acima do INPC).
Participação é fundamental
“A participação na assembleia vai medir até onde podemos lutar por melhorias efetivas nos acordos, como o aumento real de salários”, afirma Ademilson Terto da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região.
A data-base dos metalúrgicos da FEM/CUT (período previsto em lei para início da Convenção Coletiva anual) vence nesta quinta-feira, 1º de setembro.
Dos sete grupos patronais metalúrgicos que estão em campanha salarial (veja quadro , apenas o que reúne as montadoras de veículos apresentou acordo, que prevê 10% de reajuste e abono de R$ 2.500. O acordo é válido por dois anos e foi aprovado nas regiões do ABC, Taubaté e São Carlos no final de semana. No ABC, cerca 10 mil metalúrgicos participaram da votação domingo, 28.
Em Sorocaba (a exemplo de outras 11 regiões de metalúrgicos da CUT no estado) não há montadoras. O cenário da região sorocabana deve mudar em 2012, com o funcionamento da Toyota.
Mobilizações locais
Esta semana, os trabalhadores da região de Sorocaba intensificaram a luta por acordos. Segunda e terça, o Sindicato liderou assembleias de mobilização na Dana, grupo Prysmian, Apex Tool, Jabil, grupo Schaeffler, Syl, Bardella e Tecsis.
Valorização salarial
“A realidade das montadoras é diferenciada. Nos demais grupos, inclusive no ABC, a luta é mais por aumento real de salários e avanços sociais do que por abonos”, afirma João Farani, diretor do Sindicato em Sorocaba e da FEM/CUT.
“A assembleia geral deste domingo [dia 4], às 9h, vai revelar o quanto a categoria em Sorocaba e região está disposta a lutar pela valorização dos salários e da própria profissão de metalúrgico”, conclui Farani.
Ajuda aos trabalhadores da Satúrnia
Participe da assembleia da campanha salarial neste domingo, às 9h, na sede do Sindicato e seja solidário. Leve caixinhas de leite ou alimentos não-perecíveis para serem doados aos metalúrgicos da Satúrnia, que estão com salários atrasados há dois meses.
Grupos patronais que negociam com a FEM
Montadoras;
Fundição;
Estamparia;
Grupo 2 (máquinas e eletrônicos);
Grupo 3 (autopeças, forjarias, parafusos);
Grupo 8 (trefilação, laminação; equipamentos ferroviários, rodoviários entre outros);
Grupo 10 ( lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, entre outros).
Principais reivindicações da FEM/CUT
Reposição integral da inflação;
Aumento real no salário;
Valorização nos pisos salariais;
Licença Maternidade de 180 dias;
Ampliação nos direitos sociais;
Organização Sindical no Local de Trabalho;
Jornada de 40h semanais, sem redução no salário.
