Nesta quinta-feira, dia 2, os representantes da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, a FEM-CUT, se reúnem com as bancadas patronais do G2 e do G3. O maior desafio é conseguir manter as garantias contidas nas cláusulas sociais estabelecidas nas Convenções Coletivas de Trabalho, CCT, ou em Acordos, no caso do Grupo 3.
A contra pauta do Grupo 2 sugere alteração em 55 das 64 cláusulas já firmadas na CCT vigente. Já o Grupo 3 propõe mudar 38 itens. Os sindicatos patronais se utilizam das mudanças na reforma Trabalhista para tentar impor a retirada de direitos.
A secretária da Mulher da FEMCUT, Andrea Ferreira de Sousa, a Nega, explica algumas das garantias que os patrões querem retirar:
Tribuna Metalúrgica – Quais as principais mudanças que podem afetar as trabalhadoras?
Nega – A nossa Convenção estabelece que quando a mãe volta de licença maternidade, ela tem direito a entrar meia hora antes ou sair meia hora depois do seu expediente até a criança completar seis meses. Isso para as trabalhadoras que não tem direito aos 180 dias de licença maternidade, 35% do total de mulheres na nossa categoria. Esse benefício também poderia ser transformado em horas e a mãe ficar mais tempo em casa.
O patrão está dizendo que não tem necessidade desta garantia estar na CCT, que a trabalhadora pode conversar direto com o patrão. O que consideramos um absurdo.
TM – Eles também querem mexer na garantia da trabalhadora que sofre aborto?
Nega – Isso é algo que os patrões sempre quiseram mudar. A nossa Convenção garante que após sofrer um aborto, a mulher tem 30 dias de repouso para se recuperar em casa, sem nenhum prejuízo na sua folha de pagamento. Eles querem eliminar esse direito e deixar só o tempo de atestado médico. Isso mostra a perversidade com que eles estão tratando as cláusulas sociais como um todo.
TM – Os patrões também querem mexer na garantia ao trabalhador com doença profissional?
Nega – Nosso acordo estabelece que o trabalhador que adquiriu doença profissional tenha estabilidade até a aposentadoria. O patronal insiste em reduzir esse tempo para 2 ou três anos.
TM – E no caso do trabalhador afastado por doença?
Nega – No caso do afastamento por depressão, por exemplo, eles acreditam que não é problema da empresa, e nós rebatemos. O ambiente de trabalho pode ter condicionado a pessoa àquilo. É uma questão de humanidade, de olhar para o social.