Os metalúrgicos da Johnson Controls aprovaram, em assembleia na tarde desta quarta-feira, dia 17, um Programa de Participação nos Resultados (PPR) que prevê o pagamento do prêmio para este ano e também para 2018.
Os valores do PPR não são divulgados para não influenciar outras negociações em andamento. Mas os dirigentes do SMetal ressaltam que o valor deste ano é apenas um pouco superior ao de 2016, mas o percentual de antecipação da primeira parcela, a garantia do PPR em 2018 e o compromisso de transparência da empresa na divulgação e execução de metas tornaram a proposta viável.
A primeira parcela deste ano será paga dia 19 deste mês e equivale a 85,5% do valor total. A parcela restante será paga em dezembro.
Em 2018 a primeira parcela também está garantida para maio e vai equivaler a cerca de 80% do total. A segunda parcela será paga em dezembro.
Entre 2016 e 2018, o reajuste no PPR será de 9% a 15%, variando conforme o cumprimento de metas entre as primeiras e segundas parcelas.
A negociação também garantiu PPR para aprendizes, estagiários e prestadores de serviços em diversas áreas, como restaurante da fábrica, limpeza, vigilância, operadores de empilhadeira, funcionários do grêmio, informática, ginástica laboral, entre outros.
Nesses casos, o PPR equivale de 10% a 100% do valor que será pago aos funcionários diretos da Johnson.
Indicadores
A segunda parcela do prêmio, cerca de 15% do total, prevê o cumprimento de cinco indicadores de metas: volume de produção, rejeito, cumprimento do sistema 5s, cumprimento do programa PPM (peça por milhão) e absenteísmo. A meta de absenteísmo é individual, e não coletiva como acontece em algumas outras fábricas.
A proposta de acordo aprovada nesta quarta surgiu após seis rodadas de negociações entre a empresa e a bancada dos trabalhadores, formada por dirigentes do SMetal e membros da comissão interna de PPR.
A Johnson Controls fabrica baterias automotivas, está localizada no zona industrial de Sorocaba e emprega cerca de 1.300 funcionários, dos quais mais de 900 são sindicalizados.
Formação política
Durante a assembleia, antes da votação da proposta, dirigentes do SMetal, que também são membros do Comitê Sindical de Empresa (CSE) se revezaram ao microfone para comentar outros assuntos de interesse dos trabalhadores, como saúde e segurança no ambiente de trabalho e combate ao assédio moral.
Joel de Oliveira, da direção executiva do SMetal e membro do CSE, ressaltou a importância dos trabalhadores tomarem consciência dos fatos políticos que estão se desenrolando no país desde que um governo golpista tomou o poder. “Agora vocês devem estar entendendo porque vínhamos aqui no ano passado alertar que havia uma tentativa de golpe em curso neste país. E que o objetivo dos articuladores desse golpe era tirar nossos direitos sociais e trabalhistas”, lembrou o dirigente.
“Mas agora, mais do que arrependimento por ter acreditado em uma farsa da direita e da mídia, cabe ao conjunto dos trabalhadores formar uma resistência contra esses ataques aos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários dos brasileiros”, recomendou Joel.