Editorial

Cai a máscara dos movimentos da direita

Confira o editorial desta semana que fala sobre os movimentos pró-golpe, como o Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem pra Rua, que vem revelando sua verdadeira face: acabar com os direitos trabalhistas

Imprensa SMetal
Arte: Imprensa SMetal
Cai a máscara dos movimentos da direita

Cai a máscara dos movimentos da direita

Enfim, os movimentos pró-golpe no Brasil perdem de vez o escrúpulo, tiram as máscaras e revelam sua verdadeira face: que é monstruosa e mistura traços de inimigos de quem trabalha, agressores da igualdade social e falsos moralistas.

O chamado Movimento Brasil Livre (MBL), por exemplo, está organizando atos em defesa da Reforma da Previdência e da Reforma Trabalhista. Mais do que isso, os chefes desse movimento estão se reunindo com o governo de Michel Temer para colaborar com essas e outras propostas prejudiciais aos trabalhadores de todas as idades.

Essas reuniões vêm sendo noticiadas desde setembro do ano passado por vários jornais, inclusive aqueles que apoiam o governo. Um dos caciques do MBL, Renan Santos, não tem mais pudor e declara abertamente que vai atuar para que as reformas de Temer sejam aprovadas na íntegra, sem atenuantes e sem negociação com nenhum setor organizado da sociedade.

Ou seja, o chefe do “Brasil Livre”, que gritava por democracia e transparência quando exigia o impeachment da ex-presidente Dilma, e que agora é uma espécie de estafeta do presidente Temer, não acredita nas liberdades democráticas para todos.

O mesmo sujeito que pedia para que a população batesse panelas para ser ouvida e combater a corrupção, agora tem nojo da participação social, repudia a negociação como forma de resolver discordâncias e se omite quando as denúncias de corrupção recaem sobre os políticos da classe dominante, como o próprio Temer.

A postura desse e de outros movimentos golpistas, como o Vem pra Rua, vem sendo questionada inclusive por antigos apoiadores, que hoje se sentem traídos por terem acreditado na fraude que eram os discursos dessas lideranças fabricadas.

Uma rápida passada nas páginas desses movimentos nas redes sociais deixa claro o aumento de pessoas desapontadas e indignadas com a incoerência e o oportunismo desses tentáculos da elite financeira do país, que guiaram as manifestações raivosas pró-impeachment em 2016.

Apoiadores desses movimentos de fachada virtual passaram a perceber que caíram num golpe de estelionatários. Levantaram falsas bandeiras de um bando de ricos arrogantes, que agora querem acabar com os direitos trabalhistas e impedir a aposentadoria dos brasileiros que não têm condições de pagar planos privados de pensão; e até dos filhos da classe trabalhadora, que ainda nem entraram no mercado de trabalho.

Muitos que marcharam nesses movimentos agora perceberam que os coxinhas eram mal intencionados; que eles não têm vergonha sequer de tirar as pensões das viúvas e ignorar a dupla (ou até tripla) jornada das mulheres, fazendo com que elas se aposentem com a mesma idade e tempo de contribuição que os homens.

Muitos se declaram arrependidos de terem servido de massa de manobra, de terem sido usados como pelegos de militantes palacianos, de gente que vive encastelada em mansões e condomínios de alto padrão, que não dependem de salários nem de aposentadoria; que foram treinados pela direita para se misturar com o povo, para cooptar cidadãos de boa-fé com o objetivo de gerar imagens para a Globo e outros órgãos de imprensa da direita.

Mas qual seria o objetivo da classe dominante e seus pequenos burgueses de passeata fascista? Resposta: ajudar a justificar o golpe aos olhos da opinião pública nacional e estrangeira; para depois entregar o Brasil — privatizado e terceirizado — nas mãos dos grandes conglomerados multinacionais e do capital especulativo, junto com um exército de mão-de-obra de reserva, desempregada e sem direitos trabalhistas ou sociais.

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