Os bancários de Sorocaba, em greve desde a manhã da última quarta-feira (29), prometem entrar com ação na Justiça contra a direção do Banco Bradesco.
A medida passou a ser cogitada pelo Sindicato dos Bancários, depois de saber que parentes de funcionários da instituição estariam recebendo ligações telefônicas da chefia do banco.
Nos telefonemas, os chefes estariam pedindo para que filhos, irmãos, marido, esposa, pai ou mãe dos grevistas intercedessem junto ao funcionário em greve para que ele voltasse ao trabalho.
“Estamos vendo junto ao nosso departamento jurídico qual medida judicial seria possível. Se couber, se alguém gravou as conversas, o assédio, vamos entrar [na Justiça]. Afinal, se isso não é assédio moral, o que é então?”, questiona Júlio César Machado, presidente do Sindicato dos Bancários.
Paralisação
Em Sorocaba, cerca de 800 dos 2 mil funcionários empregados nas 84 agências do município aderiram à greve, segundo Júlio Cesar. O atendimento é parcial na maioria das agências. Uma parte menor está totalmente fechada.
Nas outras 40 cidades da região que compõem a base do sindicato dos bancários de Sorocaba, 220 funcionários estariam parados. Esse número representa 22% de um contingente de 2 mil bancários que atendem em cerca de 250 agências na região.
Reivindicação
Os bancários, cuja data-base é 1° de setembro, reivindicam reajuste salarial de 11%, mais funcionários nas agências, fim das metas consideradas abusivas e fim do assédio moral, além de participação nos lucros e resultados das instituições.
Somente neste semestre, segundo Júlio César, os seis maiores bancos do pais lucraram R$ 32 bilhões. “Este número já é quase igual ao que eles faturaram em todo o ano passado. Em média, os bancos estão aumentando seus patrimônios em 32% a cada ano”, completa Júlio César.
Os banqueiros, por sua vez, oferecem 4,29%, o que corregiria apenas a inflação. Eles ainda dizem que a greve foi deflagrada de forma precipitada.