Araçariguama

Subsede da CUT acompanha e apoia as ações do Movimento pela defesa do Ribeirão do Colégio

População de Araçariguama luta contra aterro sanitário em área que tem cinco nascentes do Ribeirão do Colégio, responsável pelo abastecimento da cidade

Imprensa SMetal
Divulgação
Joselito Mansinho, coordenador da subsede da CUT, esteve presente na manifestação contra o aterro

Joselito Mansinho, coordenador da subsede da CUT, esteve presente na manifestação contra o aterro

Os moradores de Araçariguama, cidade a aproximadamente 40 quilômetros de Sorocaba, estão inconformados com a ameaça de instalação de aterro sanitário no bairro Butantã, região com nascentes do Ribeirão do Colégio, responsável pelo abastecimento da cidade.

No final do mês passado os vereadores da Câmara de Araçá aprovaram um projeto do Executivo que permite o empreendimento nessa área.

A população se uniu em torno do Movimento Defesa do Ribeirão do Colégio e provoca ações contra essa iniciativa. Há um mês foi realizada uma audiência pública na Câmara para discutir a questão.

Entre os membros, está o administrador de empresas Robson Navarro Diniz. Ele explica que anos atrás uma fazenda foi comprada por uma empresa e somente nessa área se localizam cinco nascentes.

O movimento é liderado por profissionais liberais (advogado, engenheiro), aposentados, donas de casa, comerciantes, administradores de empresas e simples cidadãos.

Ao mesmo tempo em que a Câmara aprovou o projeto do prefeito Roque Hoffman (PSDB), que autoriza a construção do popularmente conhecido “lixão”, os vereadores aprovaram também um projeto popular que é contra a iniciativa. “Os vereadores aprovaram os dois projetos, possivelmente, como uma estratégia para ‘empurrar’ para o prefeito a missão de promulgar ou vetar o projeto de seu interesse, e em tese ficarem ‘livres’ da pressão popular, mas perante a população isso não funcionou”, explica Diniz.


Contra chorume no Ribeirão

Em 2011, a Prefeitura de Araçariguama expediu uma Certidão de Uso e Ocupação de Solo, a pedido da empresa interessada na construção de um grandioso aterro sanitário, também chamado tecnicamente de CG.A (Centro de Gerenciamento Ambiental). “O grande problema é que a área pretendida para esse aterro é exatamente onde se localizam cinco nascentes que compõem a cabeceira do Ribeirão do Colégio”.

“Apesar de o local ser nitidamente impróprio para essa finalidade, a empresa interessada está prosseguindo com o licenciamento e avançando com seu objetivo de instalar o referido aterro”, declara Diniz.

Desde 2013 até os dias atuais o Movimento realizou dezenas de ações junto à população para conscientizar a todos sobre os riscos que a cidade está correndo caso aconteça a implantação do referido aterro. Apesar do projeto dizer que atende todas as normas de segurança, a população não acredita que esteja livre do perigo de ter chorume escorrendo pelo ribeirão.

O Movimento entrou com um processo (ação civil) movido por um advogado membro, e que em parte tem conseguido através de liminar, impedir que lixos e resíduos de outros municípios sejam despejados no aterro, caso seja instalado. Ainda no processo o Juiz responsável, pediu a nomeação de assistentes técnicos, tanto por parte do Movimento, quanto por parte da empresa e também da prefeitura para realização de uma perícia judicial que fará parte do processo.

Dentre as aprovações necessárias para a instalação do aterro, houve a elaboração de um projeto de autoria do executivo municipal, que cria o zoneamento ambiental e também o zoneamento de interesse industrial, onde permite que o aterro receba lixo de outros municípios e em tese dá o aval para o empreendimento.

Votação

Com objetivo de impedir que esse projeto fosse aprovado, o Movimento propôs um projeto de autoria popular, que teve mais de mil assinaturas, prevendo que a área em questão fosse transformada em zona de preservação permanente, entre outras áreas.

Na última terça feira, dia 26, em sessão ordinária da Câmara Municipal de Araçariguama, os vereadores aprovaram o projeto do prefeito, por nove votos a favor e um contra. Isso causou um grande mal estar na população que considerou essa atitude uma grande traição.

É previsto que o prefeito Roque Hoffmann vete o projeto popular e promulgue o projeto de sua própria autoria.

Manifestação

Indignada, a população organizou por meio de redes sociais uma manifestação para o sábado, dia 30. O Movimento participou da manifestação e contou com a ajuda da subsede Sorocaba da CUT (Central Única dos Trabalhadores), que auxiliou com o envio de um carro de som. “O protesto teve grande projeção e envolvimento por parte da população onde pudemos estimar a participação de aproximadamente 300 pessoas”, conta Diniz.

O coordenador da subsede, Joselito Mansinho da Silva, esteve presente e ressalta ser “um absurdo aprovarem um projeto, contra o meio ambiente, dessa proporção”.

Os cidadãos de Araçariguama, que integram o Movimento Defenda Ribeirão do Colégio, procuraram o Coletivo de Luta pela Água, de São Paulo, para buscar reforço nas ações contra a iniciativa.

O ativista Hamilton Mendes Rocha, do coletivo, esteve presente na manifestação de sábado e conta que aguardam a decisão do Ministério Público para barrar o aterro.

“A defesa continuará contando com o apoio de toda a população contra a decisão desses vereadores e do prefeito, firme na defesa do Ribeirão e da água de Araçariguama”.

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