Representando 13 sindicatos filiados que somam 250 mil trabalhadores em São Paulo, a Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT-SP (FEM) entregou nesta quinta-feira, dia 24, a pauta da Campanha Salarial 2010 aos seis grupos patronais que negociam com a categoria.
Após um ato diante da Fiesp (Federação das Indústrias do estado de São Paulo), na avenida Paulista, receberam as reivindicações os representantes dos Grupos 2, 8, 10 e Fundição. À tarde, o documento foi entregue para a Anfavea (montadoras) e o Sindipeças (líder do Grupo 3 – autopeças, forjarias e fábricas de parafusos).
“Nossa expectativa é muito boa”, comentou Valmir Marques, o Biro Biro, presidente da FEM. “Vamos negociar salário em um cenário de econômico da produção e contratações”, prosseguiu.
Ele explicou que a Federação encaminhou a pauta deste ano cerca de um mês mais cedo que o habitual por conta do período eleitoral. “Queremos fechar um acordo o mais rápido possível”, disse Biro Biro. “Nossa experiência mostra que não é produtivo fazer campanha salarial em época de eleições”, afirmou.
Sorocaba participa
Uma caravana de dirigentes e militantes metalúrgicos da região de Sorocaba participou das atividades em São Paulo nesta quinta. O presidente do Sindicato local, Ademilson Terto da Silva, foi umas das lideranças que falou ao microfone durante o ato na Paulista.
“No ano passado fizemos uma campanha salarial durante a crise e mesmo assim conquistamos aumento real e cláusulas sociais. Este ano o cenário econômico é oposto. O volume de produção está aumentando mês a mês. Então, temos chances de avançar ainda mais”, afirma Terto
“Mas seja em momento difícil ou no cenário favorável, o empenho e a mobilização dos metalúrgicos nas fábricas são fundamentais”, conclui o metalúrgico sorocabano.
Choradeira dos Patrões
Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, destacou que a entrega de pauta era apenas o pontapé inicial da Campanha Salarial. “Daqui para a frente, é muita mobilização e muita luta”, destacou.
“Nossa campanha é diferente do futebol, onde os torcedores ficam na arquibancada acompanhando o jogo”, continuou o dirigente. “Em nossa campanha, ninguém fica na arquibancada esperando o acordo. Os trabalhadores tem que entrar em campo e jogar junto com os dirigentes”, comparou.
O presidente da CUT São Paulo, Adi Lima, alertou o pessoal presente no ato para não se assustar com as lágrimas que caiam do prédio da Fiesp. “Todas as vezes que entregamos uma pauta, começa a choradeira dos patrões dizendo que estão em dificuldade para atender nossas reivindicações”, lembrou.
Contrato coletivo
Já o secretário de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), Valter Sanches, destacou que o acordo fechado pela categoria no estado de São Paulo é parâmetro para todo o Brasil.
“As negociações feitas nos demais Estados neste ano estão com piso maior por causa de nossos acordos, o que é bom para a luta histórica dos metalúrgicos em busca de uma convenção coletiva nacional”, concluiu.
Dirigentes sindicais metalúrgicos da FEM/CUT, Taubaté, Itu e Sorocaba entregam pauta a representantes do Sindipeças (sindicato patronal das autopeças)