Mapeamento dos casos de dengue em Sorocaba
Em uma semana, o número de registros de dengue em Sorocaba passou de 8,6mil para 12.780 casos. Como o município tem 637 mil habitantes, segundo o IBGE, significa que um em cada 49,8 moradores adoeceu por dengue desde o início deste ano. Foram confirmadas até agora cinco mortes pela doença. Mas outros sete óbitos suspeitos estão sendo analisados.
Os dados sobre a dengue em Sorocaba foram atualizados pelo secretário de Saúde, Francisco Antônio Fernandes, durante entrevista coletiva à imprensa na tarde desta quarta-feira, dia 11.
No mesmo balanço da epidemia, a secretaria de Saúde informou que foi registrado na cidade o primeiro caso de febre chikungunya, também relacionado à contaminação pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.
Cuidados
A dona de casa Edilaine Cristina de Almeida Mansinho, 47 anos, começou a sentir os sintomas da dengue há 12 dias e só agora está melhorando. “Antes, eu não usava repelente. Não achava que um mosquito poderia fazer tanto estrago”, afirma.
Ela sentiu os primeiros sintomas da doença no dia 1º deste mês, um domingo. Edilaine conta que acordou bem disposta, mas após o almoço começou a ter febre alta e dor de cabeça muito forte. “Eu não conseguia nem olhar para a televisão”, diz.
No dia seguinte, Edilaine ficou sem comer nem beber, pois afirma ter perdido totalmente o apetite. Na terça-feira, dia 17, ela foi ao médico e fez a prova do laço. Foi constatado dengue na quarta-feira. “Quinta-feira eu tomei soro, fiz hemograma e minhas plaquetas estavam com nível muito baixo”.
Edilaine ouviu dos médicos e enfermeiras que ela deveria ter se hidratado muito e se alimentado normalmente. “Meu filho pegou dengue depois de mim e ele se hidratou e alimentou bem e por isso, conseguiu uma melhora mais rápida”, conta a dona de casa que mora na Vila Hortência.
CPI da Dengue
O vereador Carlos Leite (PT), presidente da CPI 001/2015, instaurada na Câmara Municipal de Sorocaba para investigar as causas do surto de dengue na cidade, enviou ofícios na tarde desta sexta-feira, 13, à Prefeitura, convocando o secretário de Serviços Públicos, Oduvaldo Denadai, e o ex-secretário da Saúde, Vagner Guerreiro, a deporem na próxima terça-feira, 17, às 14h, na segunda oitiva da CPI da Dengue.
A primeira oitiva foi com o atual secretário da Saúde, Francisco Antônio Fernandes. Ele declarou que o número de casos de dengue no segundo semestre do ano passado era alto para o período.
Em seu depoimento, Francisco Antônio Fernandes afirmou também que a quantidade de lixo inorgânico espalhado pela cidade “contribuiu muito para a epidemia de dengue”. “Tendo em vista a quantidade de criadouros e lixo em terrenos públicos, temos de saber o que a Secretaria de Serviços Públicos fez em 2014 para limpar essas áreas”, afirma Leite.
Fazem parte da CPI da Dengue, além de Carlos Leite (presidente) e Luis Santos (relator), os vereadores Izídio de Brito, Francisco França, José Crespo, Marinho Marte, Antônio Silvano, Hélio Godoy, e Rodrigo Manga.
Edilaine Cristina (foto) sentiu dores fortes de cabeça e febre, sintomas da doença que depois foi confirmada. (fonte: arquivo pessoal)
