O diretor metropolitano da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Paulo Massato, admitiu na manhã desta terça-feira, 27, que a Região Metropolitano de São Paulo pode ter rodízio de água no qual haveria até cinco dias sem abastecimento e dois com. Segundo ele, esse racionamento seria “drástico”.
“Para fazer rodízio, teria que ser muito pesado, muito drástico. Para ganhar mais do que já economizamos hoje, seriam necessários dois dias com água e cinco dias sem água”, afirmou em Suzano, na Grande São Paulo, durante o anúncio da ampliação da Adutora Guaratuba para o Sistema Alto Tietê.
Massato afirmou que o rodízio pode ocorrer se os órgãos reguladores acharem necessário e “se não chover”. “Nossa engenharia está correndo contra o relógio. Estamos batendo novos recordes de baixas precipitações”, disse.
Segundo ele, a Sabesp não pretende usar a terceira cota do volume morto do Sistema Cantareira. “Pretendemos não usar, vamos correr com as obras”, disse.
Redução de pressão no período diurno. Massato declarou ainda que a Sabesp está ampliando o período de queda de pressão nas tubulações que atendem a Região Metropolitana de São Paulo. “Estamos deixando de fazer operação só noturna para fazer também a diurna. Isso atinge toda a região metropolitana”, afirmou. Segundo ele, “nunca foi necessário” informar a população da redução de pressão, mas agora, com a ampliação do período, a Sabesp informa os horários em seu site.
Massato explicou que a redução é diferente para cada área da região metropolitana. “A redução hoje é variável, cada setor tem uma regra diferente”, disse.
No mesmo evento, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que a válvula redutora de pressão da Sabesp existe há pelo menos 15 anos. “O mundo inteiro tem, para evitar perdas. Mas o período de redução da pressão era mínimo”, afirmou. Segundo ele, a medida, tomada há um ano, evita contaminação, canos estourados e perdas maiores.
‘Tirar casquinha’. Alckmin (PSDB) disse que existem políticos tentando “tirar casquinha” da crise hídrica, que atinge principalmente o Sudeste do País. Questionado sobre o pedido de manifestantes nesta segunda-feira, 26, em frente ao Palácio dos Bandeirantes, na zona sul de São Paulo, para o governador falar da gravidade da falta de água, ele repetiu que o governo paulista tem trabalhado ininterruptamente há mais de um ano para mitigar os efeitos da estiagem.
“Não há ninguém que tenha falado mais sobre esse tema do que eu. Tem muita gente tentando tirar casquinha política, tentando levar uma vantagenzinha”, queixou-se, sem mencionar nomes.
Alckmin afirmou ainda que, através da política de bônus, São Paulo tem hoje o menor consumo per capita de água e criticou outros prefeitos e governadores que não adotaram políticas semelhantes. “Não tem nenhum governo do Brasil que tenha feito bônus, engraçado, né? Ninguém critica ninguém. Ninguém fez.”