Em assembleia realizada na noite de sexta-feira, dia 11, os bancários de Sorocaba e região decidiram aceitar a proposta de reajuste salarial oferecida pelos bancos e encerrar a greve que durou 23 dias. A decisão vale para os trabalhadores dos bancos particulares, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. A volta ao trabalho ocorreu nesta segunda, dia 14.
A aprovação da proposta de acordo negociada entre o Comando Nacional da categoria e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) eleva para 8% (com aumento real de 1,82%) o índice de reajuste salarial.
Também foi aprovada a oferta de reajuste de 8,5% do piso salarial (ganho real de 2,29%) e de 10% no valor fixo da regra básica e sobre o teto da parcela individual do Programa de Participação nos Resultados (PPR). A proposta também eleva de 2% para 2,2% o lucro líquido a ser distribuído linearmente na parcela adicional da PLR.
Em Sorocaba, cerca de 76 agências bancárias ficaram sem atender durante os 23 dias de paralisação. Em toda a região, mais 200 agências haviam fechado suas portas para atendimento.
Para a participação nos lucros ou resultados (PLR), a regra básica é de 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.694 (reajuste de 10%), com teto de R$ 9.087,49. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, será adotado multiplicador até atingir esse percentual ou 2,2 salários.
O principal motivo de impasse para a conclusão da negociação era relativo à compensação dos dias parados. A Fenaban queria que isso ocorresse em 180 dias. O acordo final prevê compensação de até uma hora extra por dia, de segunda a sexta-feira, até 15 de dezembro.
A nova convenção, que será assinada nos próximos dias, terá três novas cláusulas: proibição de envio da SMS, pelos bancos, para cobranças de resultados, abono-assiduidade de um dia por ano e adesão ao programa de Vale-Cultura do governo federal (R$ 50 por mês). “O aumento real de 1,82% é maior do que a media dos aumentos reais dos bancários desde 2004. Com isso, em dez anos iremos acumular 18,33% de ganho real nos salários e 38,7% nos pisos. O Comando avalia que a proposta tem avanços nas principais reivindicações dos bancários”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira. “Para que o Brasil continue crescendo é fundamental aumento real nos salários, assim como a valorização no piso”, acrescentou.