Paralisação

Sem proposta da Toyota, greve completa sete dias

Os metalúrgicos da Toyota mantiveram hoje, 8, a greve iniciada há uma semana. Apesar da empresa ter rompido um acordo com a PM, que procurava evitar conflitos durante o movimento, não houve incidentes

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Foguinho/Imprensa SMetal

Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos conversa com trabalhadores para pedir adesão à greve

Com adesão de 100% dos trabalhadores da produção do segundo turno, a greve na montadora Toyota de Sorocaba chegou ao seu sétimo dia na tarde de hoje, dia 8. Pouco depois das 17 horas, horário de entrada do pessoal do segundo turno, praticamente todos os metalúrgicos da montadora já haviam ido embora para suas casas.

A continuidade da greve na tarde de hoje foi reforçada sem a realização de uma assembleia. Isso porque em uma reunião durante a manhã, no 7º Batalhão da Polícia Militar de Sorocaba, a direção da Toyota rompeu um acordo feito na última sexta-feira com a própria PM, que estipulava regras para evitar conflitos durante o movimento grevista.

Ao romper o acordo, a Toyota pretendia praticamente evitar a realização de assembleias de avaliação e votação da greve em frente à fábrica. Mas a tentativa foi frustrada.

Mesmo sem a realização da assembleia, os dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos conversaram com os trabalhadores antes de eles chegarem ao portão de entrada e, um a um ou em pequenos grupos, eles decidiram prosseguir com a greve e retornar para suas casas.

“Tão importante quanto termos conseguido a adesão de cem por cento dos trabalhadores da produção foi que o Sindicato conseguiu sensibilizar os trabalhadores a continuarem lutando pelos seus direitos”, comentou Ademilson Terto da Silva, presidente do Sindicato.

Terto acrescenta que o Sindicato continua respeitando a liminar (interdito proibitório) expedida pela Justiça na semana passada a pedido da Toyota, na qual impede o sindicato de realizar piquetes na porta da fábrica.

O interdito da Justiça também impede a empresa de coagir os funcionários a entrarem para o trabalho. “Apesar de o Sindicato estar fazendo a sua parte, a direção da empresa continua coagindo os trabalhadores, por meio de ligações telefônicas. Continuamos recebendo denúncias de que a fábrica está descumprindo a decisão da justiça”, acrescenta o presidente da entidade.

Policiamento desnecessário

Na manhã de hoje, no 7º Batalhão da Polícia Militar de Sorocaba, o Major Mello, que mediou a reunião, lamentou a postura da Toyota de romper o acordo de pacificação da greve. O policial afirmou que o rompimento do acordo trará prejuízo à sociedade, pois a PM terá que deslocar mais viaturas e policiais, que estariam a serviço da segurança pública, para acompanhar a manifestação dos trabalhadores da empresa.

Na tarde de hoje em frente à fábrica, havia pelo menos dez viaturas da Policia Militar. Já durante os dias em que acordo esteve em vigor, o número de viaturas girava entre duas e três.

“O major informou aos representantes da fábrica de que o rompimento do acordo implicaria em tirar viaturas do policiamento das ruas da cidade. Mas a Toyota não se sensibilizou”, afirmou Terto.

Motivos da greve

Os trabalhadores reivindicam aumento do piso salarial, reajuste do adicional noturno e fornecimento de vale-compra.

A greve na Toyota começou na quarta-feira, dia 2, na entrada do segundo turno, às 17h. O movimento ganhou a adesão do turno seguinte e se mantém com pelo menos 80% da produção parada desde então.

A Toyota de Sorocaba foi inaugurada em agosto de 2012 e conta com 1.500 trabalhadores. Ela produz mais de 70 mil unidades do modelo Etios por ano.

Até o início da noite de hoje, a Toyota ainda não tinha procurado o Sindicato para apresentar propostas.

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