A maioria dos veículos de comunicação – inclusive os golpistas – teve que reconhecer, na semana passada, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil nos últimos meses. O recorte dado à notícia foi que o PIB do segundo trimestre de 2013 foi 1,5% superior ao do trimestre anterior. Embora esse recorte seja positivo, há outros aspectos, não destacados do noticiário padrão, que elevam ainda mais os indícios de fortalecimento da economia.
Por exemplo: O PIB brasileiro cresceu 3,3% entre abril e junho de 2013 [2º trimestre] em comparação com o mesmo período de 2012. Por esse recorte, o PIB aumentou mais do que o dobro do 1,5% admitido por alguns analistas da mídia como um sinal de “recuperação da economia”.
Para o economista Fernando Lima, da subseção do Dieese dos Metalúrgicos de Sorocaba, a comparação do PIB com o mesmo período do ano anterior é mais precisa do que a confrontação com o trimestre anterior do mesmo ano.
“Tanto a produção industrial quanto a agrícola, conforme o segmento produtivo, têm períodos de sazonalidade [baixa ou alta de produção] rotineiros durante o ano. A comparação com os meses anteriores é positiva mas não leva em conta a sazonalidade. Já o comparativo com o mesmo período de anos atrás confirma que há uma evolução dos mesmos setores ou segmentos”, afirma o economista.
Saldo da Indústria
Ainda segundo o Dieese, ao destacar a indústria no relatório sobre o PIB atual, a notícia é ainda mais animadora: a indústria de transformação teve um crescimento de 4,6% no segundo trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2012.
“O PIB cresceu mais do que o esperado, a inflação caiu (houve deflação de -0,13 em julho), o dólar mais alto deu mais competitividade à indústria … enfim, temos que deixar bem claro aos patrões que não vamos acreditar em choradeira. É hora de partilhar esses bons resultados com os trabalhadores”, afirma Ademilson Terto, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região.