Trinta anos atrás, no dia 28 de agosto, era fundado um dos principais instrumentos de lutas populares e transformações sociais da história contemporânea do Brasil: a CUT; Central Única dos Trabalhadores. A primeira do País.
A CUT foi concebida a partir das manifestações de rua que vinham acontecendo desde o final da década de 1970, por melhores condições de trabalho e de vida e pela redemocratização do Brasil.
Embora ainda vivêssemos sob ameaças de coturnos e cassetetes do regime militar, um grande grupo de dirigentes sindicais, líderes de movimentos populares, intelectuais e militantes sociais ousou desafiar a ditadura e criar uma Central para aglutinar os anseios da população por liberdade e justiça.
O papel da Central era extrapolar o corporativismo de cada categoria profissional e unificar -sob os mesmos princípios, diretrizes e bandeiras – a classe trabalhadora brasileira.
Nas décadas anteriores, desde os tempos do getulismo, a atuação sindical e social limitada ao corporativismo de cada categoria ou segmento era tudo o que os governantes e os empresários permitiam às camadas populares.
A pluralidade da CUT logo a transformou na maior central sindical da América Latina e uma das maiores do mundo. Aprendemos, com nossos sindicatos e movimentos sociais, a atuar tanto por melhorias ao trabalhador no chão de fábrica como na sociedade, nas lutas por habitação, saúde, educação, direitos das mulheres e das crianças, fim do preconceito e da discriminação, acesso à cultura e à informação; respeito e dignidade para quem constrói este País: a classe trabalhadora.
Nossa Central foi protagonista de todos os principais eventos históricos de transformação social do Brasil nas últimas três décadas, como a redemocratização, a Constituição de 1988, os estatutos sociais e leis que protegem as minorias, a organização de jovens e de aposentados; além de ter contribuído, com muito orgulho, para as eleições do primeiro presidente operário e da primeira mulher presidente do Brasil, Lula e Dilma, respectivamente.
São inegáveis também as batalhas da central para denunciar planos econômicos e projetos prejudiciais aos trabalhadores nos últimos 30 anos, além das incontáveis conquistas e acordos trabalhistas que cada sindicato filiado obteve nos locais de trabalho.
Os trabalhadores de Sorocaba, nesse período, não negaram suas origens operárias, pioneiras e combativas. Lideranças e militantes da nossa região participaram da CUT desde a sua fundação, ajudaram a construir e fortalecer a Central nos difíceis primeiros anos e, agora, com todos os avanços conquistados no Brasil, lutam para manter acesa a chama que alimenta a consciência de que é preciso conquistar mais e mais melhorias para a população, até chegarmos a plena Justiça Social.