A Gerência Regional do Trabalho e Emprego (GRTE), que representa o Ministério do Trabalho na região, autuou a metalúrgica ACL, em Araçariguama, na sexta-feira, dia 31, por falta de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa). Dias antes, um acidente de trabalho na fábrica causou a morte de Ricardo Cordeiro Barbosa, 27 anos, atingido pela explosão de uma espécie de caldeira com metal derretido.
De acordo com a GRTE, a fábrica tem 22 funcionários, tinha 40 há cerca de um mês e chegou a ter 60 poucos meses atrás. “Mesmo assim, a empresa nunca teve Cipa”, afirma Joel Miguel da Silva, coordenador do Grupo de Trabalho do Conselho Sindical do GRTE.
Para o Sindicato dos Metalúrgicos, a rápida redução do quadro de funcionários da ACL aponta para a confirmação de outra denúncia: a de que a empresa estaria demitindo funcionários para “recontratá-los” por meio de uma terceirizada.
Joel Miguel disse que o fiscal da GRTE também poderia interditar a máquina que causou a morte do metalúrgico, “mas não havia o que interditar. O equipamento estava completamente destruído”.
O relatório da GRTE deve ficar pronto na próxima semana e vai incluir o valor da multa. O Sindicato já pediu cópia do relatório. A perícia da Polícia Civil também deve concluir um laudo técnico na próxima semana.
O acidente
O acidente na ACL, fabricante de ligas metálicas, aconteceu às 18h20 de segunda-feira, 27. Ao ser atingido pelo metal incandescente do equipamento que explodiu,
o corpo do trabalhador ficou em chamas.
Ricardo foi levado a um hospital de São Roque e, em seguida, transferido para o Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS). A morte foi confirmada pouco depois das 15 horas do dia 28.
Ricardo morava em Araçariguama, era casado e tinha duas filhas, uma de 8 e outra de 3 anos de idade.